Escolas sob Calor Extremo: O Pará como Pioneiro na Adaptação Climática
O impacto do calor na educação
As mudanças climáticas já não são uma ameaça distante: elas estão alterando a forma como milhões de crianças aprendem em todo o mundo.
Segundo dados da UNESCO, mais de 80 mil escolas em 87 países já estão em processo de adaptação para enfrentar as ondas de calor cada vez mais intensas.
Essas adaptações incluem desde o plantio de árvores para oferecer sombra natural até medidas mais sofisticadas, como telhados refletivos, isolamento térmico e sistemas de refrigeração movidos a energia solar.
O motivo é claro: estudos apontam que cada aumento de apenas 1 °C na temperatura de uma sala de aula pode reduzir em até 1% o desempenho escolar dos estudantes. O calor afeta a concentração, provoca desidratação, fadiga e, em casos extremos, pode levar a desmaios e internações.
O pioneirismo do Pará, Brasil
No Brasil, o estado do Pará assumiu um papel de destaque nessa transformação. Em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), foi lançado um programa de US$ 100 milhões — cerca de R$ 540 milhões — para modernizar 55 escolas públicas.
O projeto beneficiará aproximadamente 24 mil alunos, transformando essas instituições em modelos de escolas resilientes ao clima.
As medidas previstas incluem:
- Telhados refletivos que reduzem a absorção de calor;
- Isolamento térmico para manter temperaturas mais amenas dentro das salas;
- Ar-condicionado movido a energia solar, garantindo conforto sem aumentar emissões de carbono;
- Áreas verdes nos pátios, com árvores que ajudam a diminuir o efeito de “ilhas de calor” nas cidades amazônicas.
Além de melhorar o ambiente escolar, essas ações reduzem os gastos com energia elétrica e preparam o Pará para se tornar uma referência internacional em adaptação climática na educação.
Um movimento global
O Pará não está sozinho nessa luta. Diversos países vêm buscando soluções inovadoras:
- Grécia (Atenas): escolas urbanas estão recebendo financiamento internacional para a criação de áreas verdes que combatem o calor urbano.
- Índia rural: projetos de energia solar estão permitindo que escolas permaneçam abertas mesmo durante apagões em dias de calor extremo.
- Burkina Faso: arquitetos locais projetam escolas com materiais de construção tradicionais, como argila e telhados metálicos elevados, que favorecem a ventilação natural.
- Reino Unido: sensores instalados em salas de aula já registraram temperaturas superiores a 36 °C, levando a episódios de mal-estar e mostrando que a crise não é exclusiva de países tropicais.
Esses exemplos revelam um esforço coletivo: adaptar as escolas para proteger estudantes e garantir que a educação continue sendo prioridade em meio a uma crise climática global.
Por que isso importa?
A adaptação das escolas não é apenas uma medida de infraestrutura: é uma estratégia de sobrevivência social.
Crianças expostas ao calor extremo aprendem menos, faltam mais às aulas e enfrentam riscos sérios à saúde. Investir em soluções climáticas significa garantir o futuro da educação e proteger a próxima geração.
Conclusão
O Pará está prestes a se tornar referência mundial em escolas resilientes ao clima, mostrando que é possível unir tecnologia, sustentabilidade e educação.
Esse projeto chega em um momento estratégico: Belém sediará a COP30, em novembro de 2025, e poderá apresentar ao mundo um exemplo concreto de como enfrentar a crise climática com ações práticas e transformadoras.
🌍 O futuro da educação será também o futuro do clima.
E no Pará, esse futuro já começou.
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