Emissões veiculares disparam em São Paulo, enquanto Rio de Janeiro registra queda e Belo Horizonte enfrenta falta de dados
As emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes da frota veicular nas grandes cidades brasileiras têm revelado cenários distintos e desafiadores para o combate à poluição e às mudanças climáticas. Um levantamento recente apontou que, enquanto São Paulo registra um aumento preocupante nas emissões, o Rio de Janeiro mostra uma tendência de queda, e Belo Horizonte enfrenta dificuldades devido à falta de dados atualizados.
Meteorologista: Michel Gejima
21 de março de 2025 às 20:27:25

São Paulo: Aumento expressivo nas emissões
São Paulo, a maior cidade do Brasil, foi responsável por aproximadamente 45 milhões de toneladas de CO2 equivalente (CO2eq) em emissões veiculares em 2023 — um aumento de 10% em comparação com o ano anterior. O dado mais alarmante é a contribuição dos caminhões, que representam 43% das emissões apesar de constituírem apenas 3% da frota.
De acordo com o relatório divulgado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), o crescimento das emissões é atribuído ao maior consumo de combustíveis fósseis, como gasolina e diesel. Os automóveis, que respondem por 32% das emissões, também tiveram um aumento na contribuição para a poluição da cidade.
Rio de Janeiro: Queda nas emissões
Em contrapartida, o Rio de Janeiro apresentou uma redução considerável nas emissões do setor de transporte nos últimos anos. Entre 2012 e 2021, as emissões caíram de 8,7 milhões para 4,7 milhões de toneladas de CO2eq, uma queda de quase 50%.
A redução foi influenciada por fatores como a pandemia de COVID-19, que reduziu a atividade econômica e a circulação de veículos, mas também por programas de controle de poluição, como o "Fumaça Preta", que monitora e fiscaliza veículos pesados movidos a diesel. Apesar da queda, o transporte rodoviário ainda é o principal responsável pelas emissões na cidade. Caminhões e ônibus continuam sendo os maiores emissores de poluentes.
Belo Horizonte: Falta de dados dificulta combate à poluição
Belo Horizonte, por sua vez, enfrenta um desafio diferente: a ausência de dados atualizados. O último relatório completo sobre emissões veiculares na cidade é de 2019. A falta de informações detalhadas dificulta a formulação de políticas públicas eficazes para controlar as emissões.
Estima-se que automóveis, caminhões, ônibus e motocicletas sejam os principais responsáveis pela poluição na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A ausência de um inventário atualizado compromete a capacidade de acompanhar a evolução das emissões e identificar as principais fontes de poluição.
O que pode ser feito para reduzir as emissões?
Para reduzir as emissões de GEE nas grandes cidades brasileiras passa por uma combinação de políticas públicas e investimentos em transporte sustentável:
- Incentivo ao transporte público de qualidade;
- Expansão das ciclovias e infraestrutura para pedestres;
- Substituição de frota antiga por veículos elétricos ou híbridos;
- Controle mais rigoroso de emissões de veículos pesados;
- Estímulo ao transporte ferroviário de cargas.
O futuro das cidades em jogo
Enquanto São Paulo enfrenta um aumento preocupante nas emissões e Belo Horizonte carece de dados para agir de forma mais eficiente, o Rio de Janeiro mostra que é possível reduzir as emissões com políticas bem direcionadas. A transição para um sistema de transporte mais limpo e sustentável é essencial para garantir um futuro com menos poluição, melhor qualidade de vida e um impacto ambiental reduzido.
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