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A Antártida está mudando mais rápido do que os cientistas previam

O colapso do gelo marinho já começou — e os impactos podem ser irreversíveis.

Redação C3 TV

28 de outubro de 2025 às 19:14:21

🌍 Antártida enfrenta mudanças abruptas com impactos globais, alerta pesquisa publicada na Nature

 

A Antártida e o Oceano Antártico estão passando por mudanças abruptas e potencialmente irreversíveis como resultado direto do aquecimento global causado pelo homem, segundo um estudo publicado recentemente na revista científica Nature.

 

O trabalho, liderado pela professora Nerilie Abram, da Universidade Nacional Australiana e atual cientista-chefe da Divisão Antártica Australiana, reúne evidências de transformações rápidas e interligadas em toda a região antártica — fenômenos que já estão em andamento ou prestes a ocorrer.

 

❄️ Um sistema em transição

 

A pesquisa aponta um conjunto de mudanças súbitas que afetam toda a dinâmica do continente gelado:

  • Declínio acelerado da cobertura de gelo marinho,
  • Enfraquecimento das plataformas e camadas de gelo continental,
  • Perda de habitat e queda populacional em espécies marinhas e terrestres, como consequência direta do aquecimento atmosférico e oceânico.

 

“O aquecimento climático causado pelo homem pode gerar impactos abruptos e imprevistos no meio ambiente, com consequências de longo alcance — muitas vezes impossíveis de reverter”, afirmou a professora Abram. Ela ressalta que as transformações observadas na Antártida são profundamente interconectadas: alterações em uma parte do sistema acabam desencadeando reações em cadeia que atingem o gelo, os oceanos e os ecossistemas.

 

🌊 O colapso do gelo marinho

 

Um dos sinais mais alarmantes está na mudança do regime de gelo marinho, consequência direta do aquecimento global.


Nos últimos anos, recordes negativos sucessivos foram observados — com mínimos históricos de cobertura de gelo nos verões de 2017, 2022 e 2023. Segundo a pesquisadora Dra. Petra Heil, da Divisão Antártica Australiana, a perda de gelo é tão intensa que ultrapassa amplamente a variabilidade natural registrada em décadas anteriores. “No verão, o gelo marinho da Antártida diminuiu 1,9 vezes mais rápido em apenas 10 anos do que o gelo do Ártico em todo o registro de 46 anos”, explicou Heil.


“O déficit de inverno nos últimos dez anos é comparável ao déficit total do Ártico em mais de quatro décadas.”

Esses dados indicam o início de uma mudança de regime permanente, com efeitos que se estendem muito além das fronteiras do continente.

 

🌐 Correntes oceânicas e aumento do nível do mar

 

A retração do gelo marinho está afetando diretamente a Circulação Oceânica Profunda da Antártida, um dos principais sistemas responsáveis por estabilizar o clima global.


Essa rede de correntes atua retirando calor e carbono da atmosfera e redistribuindo-os pelos oceanos. Sua desaceleração pode agravar o aquecimento global e desestabilizar padrões climáticos em escala planetária.

 

Além disso, a perda de gelo expõe as plataformas glaciais a tempestades e ondas oceânicas mais intensas, enfraquecendo suas estruturas e acelerando o desprendimento de icebergs. Esse processo reduz a resistência natural que impede o fluxo de geleiras do interior do continente para o mar, contribuindo diretamente para o aumento do nível dos oceanos.

 

🐧 Ecossistemas sob ameaça

 

As mudanças não são apenas físicas. A Antártida está vivenciando uma crise ecológica silenciosa.
A perda de gelo e o aquecimento das águas estão eliminando habitats essenciais de várias espécies — incluindo o pinguim-imperador, que depende do gelo marinho para reprodução e criação dos filhotes.

Pesquisas recentes alertam que, caso o ritmo atual continue, a espécie pode entrar em colapso populacional até 2100. Além disso, há sinais de alteração nas comunidades de fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha, com impacto direto sobre o krill antártico, que sustenta inúmeras espécies da região.

 

🔬 O que vem pela frente

 

A professora Abram destaca que o sistema antártico está sendo remodelado por múltiplos fatores da mudança climática — muitos deles ainda mal compreendidos pela ciência. Para melhorar a capacidade de prever e mitigar esses impactos, os pesquisadores defendem maior investimento em observações contínuas por satélite, tecnologias autônomas e campanhas de campo permanentes.


Modelos climáticos mais avançados também são essenciais para compreender a rapidez das mudanças.

“A única forma segura de reduzir o risco de colapsos abruptos é o mundo alcançar emissões líquidas zero até meados deste século, limitando o aquecimento global o mais próximo possível de 1,5 °C”, reforçou Abram.

 

⚠️ Conclusão

 

O alerta da comunidade científica é claro:
O que acontece na Antártida não fica na Antártida. As mudanças em curso estão ligadas ao equilíbrio climático global — e seus efeitos já começam a ser sentidos nas correntes oceânicas, na elevação do nível do mar e na estabilidade do clima da Terra. Se o ritmo atual continuar, o continente branco pode se tornar o epicentro da próxima grande transformação planetária.

 

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