Na noite de sexta-feira, 7 de novembro de 2025, a cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no centro-sul do Paraná, viveu o que os moradores descrevem como o momento mais assustador de suas vidas. Um poderoso tornado de categoria F3, com ventos estimados em até 330 km/h, atingiu a região, deixando um rastro de destruição quase total. Em poucos minutos, casas foram arrancadas do chão, postes de energia retorcidos e árvores centenárias tombaram. O barulho ensurdecedor do vento foi seguido por um silêncio que anunciava o tamanho da tragédia.

⚠️ A força da natureza

De acordo com o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), o fenômeno foi resultado de uma supercélula de tempestade, condição atmosférica rara no Brasil, mas que tem ocorrido com maior frequência nos últimos anos devido ao aumento da energia térmica e da umidade na atmosfera.

O tornado foi classificado como F3 na Escala Fujita, que mede a intensidade dos ventos e dos danos — um nível capaz de destruir casas de alvenaria, levantar veículos e demolir estruturas metálicas.

Especialistas explicam que a formação desse tipo de evento extremo está relacionada a contrastes de temperatura e pressão típicos de mudanças no comportamento climático global.

💔 Tragédia e perdas humanas

A violência do tornado causou a morte de pelo menos seis pessoas e deixou mais de 750 feridos.
Ambulâncias, bombeiros e equipes de resgate de várias cidades vizinhas foram mobilizados para atender as vítimas. Moradores relataram que o fenômeno durou poucos minutos, mas foi o suficiente para mudar a história da cidade. “Parecia que o céu estava desabando sobre nós. Quando saí de casa, não havia mais nada em volta”, relatou um morador emocionado. Com cerca de 14 mil habitantes, Rio Bonito do Iguaçu praticamente desapareceu sob os destroços. Estima-se que 90 % das residências e comércios foram total ou parcialmente destruídos.

🏚️ Um cenário de destruição total

As imagens aéreas impressionam: ruas cobertas por entulho, estruturas retorcidas e bairros inteiros transformados em escombros. Escolas, ginásios, postos de saúde e comércios locais ficaram em ruínas. O fornecimento de energia, água e comunicação foi completamente interrompido nas primeiras 24 horas.

O governador do Paraná, Ratinho Júnior, decretou estado de calamidade pública, permitindo o uso de recursos emergenciais e a atuação conjunta entre governo estadual, federal e Defesa Civil.O impacto econômico e social é incalculável — centenas de famílias perderam tudo, desde a casa até os meios de subsistência.

🆘 Mobilização e solidariedade

A resposta emergencial começou ainda na madrugada do dia 8.
Equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Cohapar, IAT e voluntários de todo o estado se deslocaram para o município. Foram montados abrigos temporários em ginásios e escolas parcialmente preservadas, enquanto doações de alimentos, roupas e materiais de construção começaram a chegar. Campanhas solidárias se espalharam pelas redes sociais e pelos meios de comunicação. Igrejas, ONGs e empresas privadas se uniram para atender às famílias mais vulneráveis.

🏗️ A reconstrução: um novo começo

Na segunda-feira, 10 de novembro, o governo estadual anunciou o início do plano de reconstrução da cidade.
O projeto prevê a construção de 320 novas moradias para famílias que perderam tudo, com prioridade para mulheres chefes de família, idosos e pessoas com deficiência. Além das casas, o plano inclui a recuperação da infraestrutura básica: energia, abastecimento de água, pavimentação de ruas, escolas e unidades de saúde.
O investimento inicial, segundo o governo, é de cerca de R$ 15 milhões, destinados à reconstrução de prédios públicos e obras de urgência. O governador destacou que a cidade será reconstruída com padrões mais modernos e seguros, capazes de resistir melhor a eventos climáticos extremos.

🌍 Um alerta que não pode ser ignorado

A tragédia em Rio Bonito do Iguaçu reacendeu o debate sobre os efeitos das mudanças climáticas no Brasil.
Fenômenos meteorológicos severos — antes raros no Sul — vêm se tornando mais frequentes e destrutivos.

Meteorologistas alertam que o aumento das temperaturas médias e da umidade do ar intensifica a formação de tempestades violentas. A cena de uma cidade quase destruída é um lembrete doloroso de que o clima do planeta está mudando — e que os impactos já são reais. “O que aconteceu em Rio Bonito do Iguaçu é um aviso. A força da natureza está cada vez mais imprevisível, e precisamos nos adaptar com urgência.”
— Trecho de nota técnica do Simepar

🤍 Um futuro possível

Apesar da dor, o espírito de solidariedade cresce. Voluntários de várias regiões do país continuam chegando para ajudar. As doações seguem, e o município começa a dar seus primeiros passos para se reerguer. Famílias que perderam tudo se unem na esperança de reconstruir não apenas suas casas, mas a história de uma comunidade inteira. Rio Bonito do Iguaçu renasce lentamente das cinzas — com coragem, fé e união.

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