La Niña está de volta: o clima do Brasil vai mudar até 2026
O fenômeno climático La Niña foi oficialmente confirmado e deve durar até fevereiro de 2026, segundo a Administração Atmosférica e Oceânica dos EUA (NOAA). As águas frias do Pacífico estão de volta — e com elas, chuvas acima da média no Norte e Nordeste, estiagens no Sul e risco maior de incêndios no Pantanal e na Amazônia. Cada episódio é único, mas uma coisa é certa: o planeta está respondendo às mudanças.
Redação C3 TV
17 de outubro de 2025 às 19:57:34

🌊 La Niña está de volta e pode durar até fevereiro de 2026 no Brasil
Fenômeno climático natural deve influenciar chuvas, secas e incêndios no país
🔹 O retorno de La Niña
A Administração Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA) confirmou oficialmente a volta do fenômeno La Niña, que deverá persistir até o verão de 2026, entre os meses de dezembro de 2025 e fevereiro de 2026.
O evento climático é caracterizado pelo esfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, o que provoca mudanças na circulação atmosférica global e, consequentemente, altera o regime de chuvas e temperaturas em diversas regiões do planeta, incluindo o Brasil.
Segundo a NOAA, as condições do fenômeno começaram a se formar em setembro de 2025, quando as medições de temperatura do mar (TSM) indicaram valores abaixo da média em todo o Pacífico equatorial central e leste.
Para que o fenômeno seja oficialmente classificado como La Niña, é necessário que as temperaturas da superfície do mar fiquem pelo menos 0,5°C abaixo da média por três trimestres móveis consecutivos.
🌎 O que é La Niña?
A La Niña é um padrão climático natural que faz parte da oscilação conhecida como ENOS (El Niño–Oscilação Sul). Ela é marcada por temperaturas oceânicas mais frias do que o normal no Pacífico equatorial, o que influencia os ventos, as correntes marítimas e as massas de ar que circulam pelo planeta.
Quando o Pacífico esfria, a convecção atmosférica se desloca, alterando a distribuição das chuvas tropicais.
O resultado é uma série de efeitos que variam conforme o continente: secas em algumas regiões e enchentes em outras.
Enquanto o El Niño tende a aquecer as águas do Pacífico e elevar as temperaturas globais, a La Niña tem o efeito oposto, contribuindo para uma leve queda nas temperaturas médias globais e o aumento da frequência de eventos extremos regionais.
☔ Efeitos esperados no Brasil
As consequências do retorno da La Niña são sentidas de forma desigual no território brasileiro.
Segundo especialistas, o padrão climático tende a intensificar contrastes regionais, influenciando diretamente na agricultura, nos recursos hídricos e nos ecossistemas.
🔸 Norte e Nordeste
- Tendência de chuvas acima da média, especialmente durante o verão.
- Aumento do volume de precipitação pode ajudar a repor reservatórios e reduzir queimadas.
- Possibilidade de tempestades mais intensas e alagamentos pontuais em áreas urbanas.
🔸 Sul do Brasil
- Tempo mais seco e quente, com maior risco de estiagens prolongadas, afetando plantações de milho, soja e pastagens.
- Perigo de perda de produtividade agrícola e de aumento no uso de irrigação, o que pressiona os recursos hídricos.
🔸 Centro-Oeste e Sudeste
- Tendência de chuvas irregulares, com períodos alternados de chuva intensa e estiagem.
- Impactos diretos sobre o agronegócio e na geração de energia hidrelétrica.
- Em algumas áreas, o calor pode ser acentuado pela baixa umidade.
🔸 Pantanal e Amazônia
- Risco maior de incêndios florestais caso as chuvas diminuam em meses-chave.
- A redução da umidade pode agravar o estresse hídrico da vegetação, afetando a fauna e a regeneração natural das florestas.
🔥 Um fenômeno natural em tempos de aquecimento global
Embora a La Niña seja um fenômeno natural e cíclico, cientistas alertam que o aquecimento global pode amplificar seus efeitos. Com o aumento da temperatura média do planeta, o ciclo hidrológico se intensifica: as chuvas tendem a ser mais fortes, e os períodos de seca, mais severos e longos.
Essa combinação aumenta a vulnerabilidade das populações e dos ecossistemas. Eventos como enchentes no Norte e Nordeste e estiagens no Sul e Sudeste podem se tornar mais frequentes e intensos.
🧭 O que esperar nos próximos meses
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e a NOAA, a previsão é que a La Niña se mantenha em intensidade fraca a moderada até o início de 2026, com possível retorno à neutralidade entre fevereiro e março.
Os especialistas reforçam que os efeitos da La Niña variam a cada ocorrência, pois o fenômeno interage com outros sistemas atmosféricos, como frentes frias, jatos de umidade da Amazônia e variações do Atlântico Sul.
A recomendação é que setores agrícolas, governos estaduais e municipais mantenham planos de contingência para estiagens, incêndios florestais e cheias repentinas em áreas vulneráveis.
🌐 Conclusão
A volta da La Niña marca um novo período de instabilidade climática no Brasil. Embora natural, o fenômeno reforça a urgência de planejamento climático, monitoramento constante e políticas públicas de adaptação.
As próximas semanas serão decisivas para entender como cada região reagirá à influência do Pacífico — e como o país pode se preparar para os impactos que virão.
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